terça-feira, 18 de outubro de 2011

Suck It And See e a Breve História do Arctic Monkeys




Imagine-se como um adolescente no interior da Inglaterra, mais especificamente num subúrbio de Sheffield chamado High Green. A cidade é pequena e chuvosa, não há muitas opções de entretenimento. O que você faz? Compra um pack de cerveja, pega a van ferrada que quase nem funciona mais e sai pela pequena cidade bebendo e causando pequenos problemas.

Claro, nas horas vagas você toca numa bandinha que montou com os seus amigos de infância. Vocês tocam relativamente bem, diga-se de passagem, falam sobre essa vida de adolescente suburbano do norte da inglaterra, as letras sempre em primeira pessoa. E , do nada, alguns shows aqui e ali, uns mp3s vazados, e essa bandinha, que toca energicamente, começa a vender álbums mais rápido que qualquer outra banda inglesa na história, emplaca hit atrás de hit na web, e são considerados pelos mais afoitos no hype, a melhor guitar band inglesa e a salvação do rock.

Esse é o Arctic Monkeys, os teenage rioters que nós aprendemos a amar e que nos surpreenderam com o digníssimo Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, de 2006. Um ano depois, em 2007, os garotos mantiveram a pegada e o espírito inconsequente, mas com mais profundidade , com o disco Favorite Worst Nightmare, onde destacam-se "Do Me A Favour", "Only Ones Who Know", a líndissima "505" e clássicos da banda, como Brianstorm e Teddy Picker.

Finalmente, em 2008, foi lançado Humbug, um disco pesado, difícil e aclamado por boa parte da crítica especializada. Produzido por Josh Homme (Queens of The Stone Age) e gravado inteiramente nos EUA (Los Angeles) o álbum levou a banda a um estilo novo, com um som mais denso e letras mais dispersas. Isso abriu caminho para a conquista de novos fãs, bem como desagradou muito dos fãs mais antigos, que desejavam que o Arctic Monkeys continuassem sendo apenas aquela ótima gangue adolescente de Sheffield.

Então, o que esperar de Suck It And See? Eles continuariam ficando cada vez mais difíceis e soturnos ou voltariam a ser aqueles adolescentes mais enérgicos e concisos?
Com esse álbum não voltamos nem ao ritmo frenético dos primeiros anos nem ao som de Humbug, embora a sonoridade tenha mantido a distorções de guitarra e certo foco nos solos, provindos do último trabalho.

O disco tem estilo próprio, sendo certamente o mais melódico da banda, onde a ênfase está mais nos vocais de Turner do que no barulho das guitarras. O novo trabalho alterna momentos pop-rock como She’s Thunderstorms e Black Treacle, com canções mais pesadas como Brick By Brick, Don’t Sit Down Cause I Moved Your Chair e Library Pictures.
A qualidade das músicas e das letras são excelentes mas o disco perde certo ritmo com uma sequência de músicas lentas e românticas após uma sequência de músicas pesadas. A ordem das músicas poderia ter sido melhor escolhida. Isso porém não prejudica a qualidade como um todo; quando comparado com os trabalhos anteriores, fica claro o contraste no som, aliás isso já havia acontecido com Humbug.

Suck It And See é um disco confiante, um dos melhores de 2011, conseguindo equilibrar faixas leves e melódicas com outras mais pesadas que abusam das distorções, tudo isso é muito bem amarrado pelas ótimas letras e vocais de Alex Turner.
Com esse novo trabalho, fica mais uma vez provado, que o Artic Monkeys sempre procura explorar algo novo em seu trabalho, recusando-se a apenas agradar os fãs antigos e seguir uma fórmula que seria certeira, porém enjoativa. Por isso, a banda pode ser considerada umas das mais inovadoras e maduras da atualidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

'Suck it and See' por acaso não é o que esta riscado no Hall de entrada do prédio do Alexander do filme "Laranja Mecânica"?

Anônimo disse...

http://thechive.files.wordpress.com/2011/08/tumblr_lfqacd2koi1qe0eclo1_r11_500.gif?w=500&h=322
precisamente nessa cena.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...